
Muito bem, a respeito da importância da documentação, diz o nosso autor:
"Não traz resultados positivos para o estudo ouvir aulas, por mais brilhantes que sejam, nem adianta ler livros clássicos e célebres. Isso só tem algum valor à medida que se traduzir em documentação pessoal, ou seja, à medida que esses elementos puderem estar à disposição do estudante, a qualquer momento de sua vida intelectual."
Todos nós, em algum momento, já fizemos resumos de textos que estudamos. Geralmente nos empenhamos nisso quando nos preparamos para uma prova da faculdade ou para apresentar algum seminário. Logo, é fácil concluir que essa prática é eficiente, porque quando necessitamos aprender algo, nos utilizamos dela. Na preparação para o concurso é a mesma coisa.
Mas, para que seja bem aproveitada, a prática deve ser aperfeiçoada. É preciso ver os "resumos" como documentação da vida de estudos e, para isso, é preciso tratá-los como tal (o conteúdo dessa documentação, ou seja, o resumo da análise e interpretação dos textos que fizemos, será tratado na próxima postagem). Indo diretamente ao assunto proposto, vamos tratar de duas formas de documentação, a temática e a bibliográfica.
1) Documentação Temática Segundo nosso guru:
Nessas fichas (que serão arquivos elaboradas no editor de textos do computador) devem ser feitas as anotações referentes ao assunto em questão. As anotações serão fruto de pesquisas, leituras, aulas, conferências e seminários que desenvolveremos ao longo da nossa preparação. Portanto, tudo que cair em nossas mãos a respeito de determinado tema, inclusive decisões jurisprudenciais importantes, será analisado, interpretado e catalogado na mesma ficha.
Como são várias as fontes que comporão cada ficha temática, ao fazer os registros é bom citá-las, porque futuramente este material poderá ser utilizado para elaboração de artigos para publicação. Assim, ao fazer uma transcrição literal, o texto citado deverá estar entre aspas. Se a referência não for literal, contendo apenas as idéias do autor estudado, a menção à fonte também não pode ser dispensada. Por fim, nestes registros também vão as idéias e reflexões do próprio estudante, que, por óbvio, dispensam aspas e referências.
A organização desses arquivos no computador poderá ser feita por pastas. Por exemplo, ao estudar sobre justa causa, o arquivo temático terá este nome (Justa Causa) e ficará organizado assim:
No decorrer dos estudos, novas pastas e arquivos vão sendo acrescentadas, observando a nomenclatura adotada no início. Por exemplo, um arquivo temático sobre aviso-prévio também ficará localizado na pasta Assunto - Terminação, dentro da pasta Título - Contrato de Trabalho; um arquivo sobre os requisitos de validade da contratação será denominado Requisitos de Validade e será arquivado numa nova pasta, denominada Assunto - Início, também dentro da pasta Título - Contrato de Trabalho, e assim por diante.
2) Documentação Bibliográfica
A documentação bibliográfica é útil para catalogar a leitura de artigos publicados em livros, revistas ou na internet, ou de livros que tratam de um assunto específico. O que muda, em relação à documentação temática, é que neste caso será feita uma análise concentrada no texto em questão (sem a preocupação de buscar outros autores sobre o mesmo assunto) e na catalogação será incluída a referência ao autor. Por exemplo, um artigo que trate sobre Remuneração do Empregado Doméstico poderá será catalogado com o nome Remuneração – Doméstico – Nome do Autor e arquivado na pasta Assunto – Trabalho Doméstico, da seguinte forma:
Por uma questão prática, o estudo dos manuais e cursos – livros genéricos, que tratam de forma ampla toda a matéria de certa área – deve ser catalogado por tema, porque a documentação bibliográfica não é prática neste caso. Assim, ao estudar certo tema, gorgeta, por exemplo, podemos recorrer ao insubstituível Instituições de Direito do Trabalho (Arnaldo Süssekind, Délio Maranhão, Segadas Viana e João de Lima Teixeira Filho), ao ótimo Curso de Direito do Trabalho (Maurício Godinho Delgado) e aos indispensáveis Comentários à CLT (Valentin Carrion). Cada um abordará a questão de uma maneira diferente, de modo que será mais proveitoso fazer o registro do estudo no arquivo referente à gorgeta e não em três arquivos diferentes, um de cada autor.
Na próxima postagem vou tratar da análise e interpretação de textos, que é, ao meu ver, a parte mais importante e que mais resultados vai trazer para a acumulação do conhecimento.
"Tal documentação é feita (...) seguindo-se um plano sistemático, constituído pelos temas e subtemas da área ou do trabalho em questão. A esses temas e subtemas correspondem os títulos e subtítulos que encabeçam as fichas, e formam um conjunto geral de fichas ou fichário."
2 comentários:
Olá!
Obrigada pelas dicas! Tenho acompanhado o blog sistematicamente (como parte da rotina necessária)embora este seja o primeiro comentário. Ele tem sido, além de generoso, bastante útil para fortalecer um esquema eficiente de estudo. Acho mesmo que organizar é importante, mas não pode aprisionar a ação. Eu já caí nesta armadilha antes e fiquei muito tempo "preparando" o estudo sem, contudo, estudar efetivamente. Serviu de alerta.
Sigo por aqui, acompanhando. Abr.
Cíntia
Olá Cíntia. Obrigado por suas palavras. Um abraço e boa sorte na sua preparação!
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