
1) Material de Estudo
No estudo e na prática do Direito dispomos fundamentalmente de material bibliográfico. Por isso, é preciso formar uma boa biblioteca. Não adianta se fiar na internet, que tem ótimas obras e referências sérias, mas que, no final das contas, é um “balaio de gato”. O problema da internet é que se estamos no início de qualquer estudo fica difícil saber o que é bom e o que é ruim, sem contar que não dispomos de uma linha de pensamento uniforme, o que é essencial no começo. Quanto aos livros, durante a faculdade já adquirimos alguns, mas devemos aperfeiçoar a biblioteca sempre, pesquisando e adquirindo as melhores obras. No início, manuais são ótimas opções, mas à medida que avançamos nos estudos os livros especializados passam a ser necessários.
Resumidamente, para um estudo sério, precisamos ter à mão: um dicionário da língua portuguesa e um jurídico (que podem ser encontrados gratuitamente na internet: DicionárioWeb, Dicionário de Português, Priberan – de Portugal –, Mundo Legal etc.; escolha e coloque nos favoritos), um livro de História do Direito e um de História do Trabalho e Manuais (de Direito Constitucional, Direito do Trabalho, Processo do Trabalho, Processo Civil e Direito Civil).
“Esses textos básicos aqui assinalados têm por finalidade única criar um contexto, um quadro teórico geral a partir do qual se pode desenvolver a aprendizagem” (Antonio Joaquim Severino).
De forma paralela e complementar, é importante ler revistas especializadas. No nosso caso, as revistas das editoras LTr, Síntese, HS são as mais conhecidas e excelentes. Além de estudos avançados, elas trazem análises doutrinárias sobre as recentes alterações legislativas e posicionamentos dos Tribunais.
Também é preciso comprar os códigos, não tanto para consultar em casa, porque a legislação está disponível na internet, sempre atualizada, mas principalmente para consultar durante as provas do concurso. Um Vade Mecum é muito útil e prático.
Por fim, utilizando o computador e a internet é possível: a) ter à disposição a legislação atualizada, por exemplo, no site da Presidência da República; b) acompanhar as decisões mais recentes dos tribunais superiores; c) ler notícias relacionadas com os assuntos de interesse. Uma boa dica, nesse aspecto, é baixar um programa para ler feeds (chamado agregador) ou se cadastrar em um agregador on line. Com isso, dá para receber e ler as notícias e atualizações em um lugar só. Os Tribunais Superiores (STF, STJ e TST) e alguns tribunais regionais (TRT4, TRT8, TRT13) já disponibilizam suas notícias por este meio. Para saber mais sobre feeds, consulte a Wikipédia ou ainda esse texto no Baixaki. O agregador que eu uso é o Google Reader, on line.
2) Tempo
Muita gente reclama da falta de tempo, mas pouca gente faz alguma coisa para racionalizar o seu uso. Vou passar algumas dicas pinçadas do livro Como Administrar seu Tempo, da Publifolha (o livro traz 101 dicas), adaptadas por mim: 1 – reserve tempo para pensar no uso do tempo; 2 – divida os planos de longo prazo em projetos semanais ou diários; 3 – planeje os próximos passos; 4 – classifique seus compromissos na agenda de acordo com a importância de cada um e delegue, se puder, os que forem menos importantes; 5 – reveja sempre suas prioridades; 6 – programe instantes de tranquilidade todos os dias e tempo para a família e para os amigos; 7 – observe seus picos de atividade física e mental e saiba o quanto duram; 8 – use uma agenda; 9 – estabeleça um cronograma realista para os estudos; 10 – elabore um cronograma anual; 11 – reveja constantemente seus cronogramas; 12 – dê recompensas a si mesmo por cumprir as metas; 13 – mantenha sua mesa de estudos arrumada; 14 – enquanto estiver estudando, mantenha sobre a mesa só o essencial; 15 – não fique conectado ininterruptamente ao MSN ou ao SKYPE; 16 – evite conversas longas ao telefone nos momentos programados para estudar; 17 – não perca tempo com coisas inúteis; 18 – utilize a internet com racionalidade; 19 – antes de dormir, leia um trecho do seu autor favorito (não de estudo); 20 – não fique se comparando com os colegas que também estão estudando para o concurso; 21 – informe as pessoas sobre os melhores horários para ser encontrado; 22 – não adie tarefas difíceis; 23 – deixe o material de referência à mão (manuais, dicionários, códigos); 24 – use o e-mail para mensagens curtas; 25 – faça reuniões de trabalho mais curtas (se necessário, peça para alguém interromper após certo tempo); 26 – se possível, tire duas ou três férias curtas durante o ano em vez de uma longa; 27 - dedique tempo ao seu hobbie, a atividades de lazer e pratique um esporte, para recarregar as baterias; 28 – tente vivenciar algo novo todos os dias; 29 – ouça mais e fale menos; 30 – lembre-se que o tempo é democrático, ninguém tem mais nem menos do que você.
3) Disciplina
Feito o levantamento do tempo disponível, elaborados os cronogramas e organizada a agenda, vem a parte mais difícil, que é cumprir os planos. Eu confesso que sempre tive dificuldades em seguir rigorosamente a agenda, tanto que hoje não tenho uma, mas organizei mentalmente meu tempo disponível, de modo que sei que tais e tais dias pela manhã ou à noite eu tenho livres para me dedicar a tais e tais coisas e assim por diante. O importante, na organização da agenda, é visualizar o montante de tarefas cotidianas e, por consequencia, o tempo que temos disponível. Assim, tarefas secundárias não devem ser colocadas à frente do tempo reservado aos estudos, mas encaixadas no tempo que deixamos livre. Com insistência e disciplina conquista-se um ritmo de estudos, que nos impulsiona e nos dá prazer.
5 comentários:
Excelente texto, Parabéns!! Tenho o livro de metodologia citado e gosto muito!
Também tenho grande dificuldade em seguir uma agenda de estudos rigorosa e luto nesse sentido dia a dia, confesso que senti até um pouco de alívio ao perceber que essa não é uma questão somente minha. Mas pelo que li no texto preciso adquirir também mais leveza ao estudar, pois normalmente só quero encarar essa tarefa e não me deixar envolver por outras, como leituras e atividades diferentes.
Aproveitando o momento, poderia indicar, por favor, alguns livros sobre os assuntos que mencionou no texto: História do Direito e História do Trabalho? Muito obrigada!
Olá Sonia.
De História do Trabalho lhe indico dois livros do Eric Robsbawm: Os Mundos do Trabalho e Os Trabalhadores. Tembém tem o História do Trabalho, do Direito do Trabalho e da Justiça do Trabalho, do Ives Gandra, Amauri Mascaro e Irany Ferrari. De História do Direito, veja o Curso de História do Direito, do Professor José Reinaldo de Lima Lopes, da USP, e dê uma olhada nos livros do Prof. Antônio Carlos Wolkmer, da UFSC: História do Direito no Brasil e Síntese de uma História das Idéias Jurídicas.
Mais uma vez agradeço a gentileza pela indicação dos livros, já anotei aqui e irei providenciá-los. Muito obrigada
Olá, Alcides.
Sou caloura de Direito, começo minhas aulas apenas em 2010. Gostei muito de ver que este blog tem linguagem acessível e excelentes dicas! Já favoritei o link aqui e, com certeza, acompanharei as atualizações durante meu curso. Ficam aqui os meus parabéns e o pedido para que continue com as postagens!
Abraços,
Fernanda.
Olá Fer. Obrigado pelo incentivo. Boa sorte no seu curso e aproveite bem!
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